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  • Foto do escritor: DAAAC
    DAAAC
  • 15 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Temos como marco inicial do movimento o dia 28 de junho de 1969, quando gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentaram policiais e iniciaram uma rebelião, na cidade de Greenwich Village, EUA. Marco esse que lançou as bases para o movimento pelos direitos “GLS”, nos EUA e no mundo. Porém, na época, pouco era falado sobre os diversos gêneros em que um ser poderia se encontrar e se sentir representado. Pensando nisso, o movimento foi tomando formas para buscar abarcar cada vez mais gêneros e identidades. Cada vez mais os diferentes gêneros vêm tomando visibilidade, alguns já contam com datas comemorativas, outros ainda lutam por maior visibilidade. Em 1978, num contexto de maior abertura civil, porém ainda durante a Ditadura, as diversas forças políticas que se engajavam em redemocratizar o país, achou por bem dar destaque aos homossexuais, chamando de “movimento homossexual brasileiro” (MHB), junto às lutas para mulheres e negros. O movimento vem conquistando várias vitórias como em 1980, a luta pelos direitos homossexuais conquistou a despatologização da homossexualidade, que até então era vista como doença; também se fortaleceu o uso do termo " orientação sexual " em detrimento de "opção sexual". A união estável entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecida em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal, em 2013 o Conselho Nacional de Justiça permitiu o casamento civil entre homossexuais, assim como a conversão de uniões estáveis homoafetivas em casamentos civis. Em 2002, o processo de redesignação sexual foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina e, desde 2008, passou a ser oferecido pelo SUS. Somado a isso, desde 2009, o Ministério da Saúde permite que o nome social da população transexual seja usado no SUS e, desde 2013, o governo federal permite seu uso no Enem. No entanto, somente em março de 2018, o Supremo Tribunal Federal determinou que transgêneros possam alterar em cartório o nome e o registro de sexo presente no registro civil. Em 2019 a criminalização da conduta de discriminação pela orientação sexual e identidade de gênero pelo STF. Recentemente, em 2020, o STF aprovou a retirada da proibição de doação de sangue por homossexuais.

No decorrer do tempo, cada uma das letrinhas que formam a sigla LGBTQIA+ desenvolveram uma voz política própria. Na década de 1980, tem-se a eclosão da epidemia de AIDS que gerou um novo estigma para essa população já marginalizada — o de vetores de uma doença mortífera. Contudo, essa crise e equivocada ligação serviu para ampliar a visibilidade dessas minorias. Concomitante a essa pressão exercida pela doença fez com que travestis também se organizassem. Em 1984 , a pernambucana Brenda Lee criou um local, que ainda existe, chamado inicialmente de "Casa das Princesas", depois rebatizado de "Casa de Apoio Brenda Lee", em que "pacientes sociais", ou seja, enfermos com Aids em estágio não suficiente para ser hospitalizado, todavia, ainda debilitados a ponto de não terem independência e naquele lugar encontravam acolhimento e cuidados. Em 1992 , um grupo de travestis que se prostituía na praça Mauá e se reunia como parte do programa contra Aids "Saúde na Prostituição ", forma a primeira associação das travestis do país: a Astral ( Associação das Travestis e liberados ), cujas pautas passam a incluir a luta contra a repressão das mesmas. �O primeiro jornal de temática homossexual com grande circulação nacional foi "O Lampião da Esquina", fundado em 1978 com parte da imprensa alternativa da época, cuja ideia central era "dizer não ao gueto e, em consequência, sair dele". Esse veículo de informação fazia oposição à ditadura e servia para denunciar abusos contra LGBTs . Em sua edição de 1979 , houve pela primeira vez espaço para participantes lésbicas que, em 1981, criam um novo jornal, depois tranformado em boletim : "Chanacomchana", vendido no Ferro's Bar, frequentado por elas no centro de São Paulo, sua venda não era aprovada pelos donos e as militantes chegam a ser expulsas. No dia 19 de agosto de 1983, participantes do Galf (Grupo Ação Lésbica Feminista, fundado em 1981), com o apoio de outras feministas e de gays, driblam o porteiro do Bar e fazem um ato político conseguindo reverter a proibição. Tal ação teve repercução nacional culminando décadas depois a comemoração desse dia como Dia do orgulho Lésbico.

Depois da rebelião de Stonewall, os gays e lésbicas ganharam maior visibilidade, a comunidade bissexual também cresceu em força, mas muitos continuavam invisibilizados. Após a despatologização da homossexualidade, as pessoas eram categorizadas como heterossexuais, bissexuais ou homossexuais. O Michael Page, criador da bandeira Bi, comenta que “a chave para entender o simbolismo da bandeira bi é saber que os pixels roxos são misturados imperceptivelmente tanto com a cor rosa tanto quanto a cor azul, assim como no ‘mundo real’, onde pessoas bi se misturam imperceptivelmente tanto nas comunidades gay/lésbicas quanto nas hétero”. Enquanto transexuais e travestis tiveram sua data comemorativa criada em 2004, numa campanha nacional criada por lideranças da comunidade trans, em parceria com um programa nacional com o Ministério da Saúde. Houve bastante discussão em que a transexualidade era atrelada a mudança sexual cirúrgica, e a Lei João W. Nery coloca a mudança do gênero independente da adequação cirúrgica. O termo Queer, na realidade era um pejorativo e passou a ser utilizado com a ideia de usar uma arma “lgbtqfóbica” contra os próprios disseminadores de ódio. A palavra foi usada por todos que questionam a própria sexualidade ou que segue fora do padrão esperado na época, como gay afeminados, lésbicas masculinizadas, já que ainda havia o preconceito de que gays e lésbicas tinham a obrigação de manter a masculinidade e feminilidade que a sociedade queria. A palavra Intersexual se refere a pessoas que possuem características sexuais masculinas e femininas, sem intervenção médica. Já em relação a comunidade Assexual, acontece grandes confusões da assexualidade e baixo libido, porém pesquisas relacionadas diretamente a assexualidade, comprovam que tais indivíduos não são portadores de patologias ou de qualquer questão fisiológica diferenciada. Também contam com seus subtipos, em questão de atração romântica ou não. A sigla atualmente, se diz LGBTTQIAPA2K, que conta lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, aliados, “two-spirit” e kink.


Texto : Charles Augusto , Filippe Brandão , Rafaela Demberg ( Diretora de Assuntos Acadêmicos- Gestão Interina - DAAAC)

Arte : Matheus Santiago Corrêa (Diretoria de comunicação e Mídia- Gestão Interina- DAAAC)



 
 
 
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    DAAAC
  • 14 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura


A História da enfermagem e os impactos do apagamento em detrimento do fator racial.

Pensar em semana da enfermagem, em muito nos arremete a construção das imagens que temos de um padrão europeu branco, de olhos claros e cabelos lisos. Reflexos talvez de nossa precursora Florence Nightingale, sendo uma referência para nossa profissão, dentre muitas outras que ao longo dos anos de desenvolvimento da profissão foram sendo apresentadas e até hoje são estudadas durante o processo de nossa formação.

Vale ressaltar ainda que o Brasil é um país de maioria Negra, segundo a publicação na página do Cofen em 2018, “Mulheres e Negros são maioria entre os profissionais de enfermagem”. Negres têm na vida a árdua missão de necessitarem percorrer até 10x mais a distância determinada para receberem seu devido reconhecimento, ou até mesmo, de buscarem 10x mais até que se consigam destacar no cenário, evidenciando a eficácia do racismo, principalmente no que tange no cenário brasileiro, apesar de um país de maioria negra.O racismo,não obstante, se consolida ao contar também a nossa história. Exemplo se dá na própria guerra da Crimeia, onde destacamos uma Florence Nightingale( jovem inglesa e rica, modelo de devotamento sublime)e raramente lembramos que no mesmo cenário, havia muitas construções e contribuições acerca da nossa enfermagem e das ações ao cuidado.Além disso,havia um outra mulher negra e jamaicana que atuava no cuidado e ,estrategicamente ,estabeleceu o British Hotel, onde providenciou alojamento a militares doentes e convalescentes ,a qual socorreu feridos no campo de batalha, mas que não teve o mesmo reconhecimento como parte da construção dessa profissão tão importante quando discutimos saúde. Prova disso é que ao fim da guerra da Crimeia (1856), em 4 anos após (1860), ela já se torna destaque e referência para o conhecimento profissional e possui sua Escola de Enfermagem vinculada ao Hospital St. Thomas e, em paralelo, Mary Seacole só será lembrada e obtido seu reconhecimento a trajetória e importância da mesma 117 anos após o fim da guerra (1973), a qual para sua sobrevivência , contou com ajuda de soldados que viram sua atuação e levantaram fundos em sua causa para afastá-la da miséria. Mary não foi a única,pois através dela tivemos a força e a contribuição de muitas outras como: Anna Justina Ferreira Nery(Anna Nery), Maria José Bezerra(Maria Soldado), Maria Stella de Azevedo Santos (Mãe Stella de Oxóssi), Valmira dos Santos, Josephina de Mello, Maria de Lourdes Almeida e entre muitas outras que foram fortes, resistentes e construíram grandes legados,as quais infelizmente são apagados de nosso processo de construção, luta e dos desafios históricos que nos fizeram caminhar até o dia de hoje nessa honrosa profissão.Cabe a cada profissional da enfermagem, seja ou não negro, tornar pública a história da trajetória da população negra, que por nossa força e resistência, conseguimos mantê-la viva. A pesquisa e a inclusão desta história nos currículos acadêmicos é o caminho para que os profissionais negros da enfermagem saiam da invisibilidade.


Texto: Helena Gonçalves (Diretora Geral - gestão interina -DAAAC)

Arte : Matheus Santiago Corrêa (Diretor de Comunicação e Mídia - gestão interina - DAAAC)




 
 
 
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    DAAAC
  • 13 de mai. de 2020
  • 1 min de leitura

De acordo com dados do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN 2010), cerca de 87% da categoria em todo o Brasil são mulheres, este fato é historicamente vinculada ao gênero feminino, além do cuidado com o próximo de maneira benevolente e voluntária arraigou o conceito de não valorização. Percebemos que todo o processo de luta das mulheres no decorrer dos anos por abertura no mercado de trabalho e reconhecimento como mão de obra capacitada cientificamente para exercer as mais diversas profissões não teve grandes avanços em determinados setores.

Na área da saúde, formada por equipes multidisciplinares, muitas trabalhadoras de enfermagem ainda enfrentam o pensamento machista de subordinação, pela profissão e pelo gênero, além do reconhecimento diferenciado entre as profissões ditas femininas (enfermagem) e masculinas (medicina). Por fim, mas não menos importante, ainda há a diferença de ganhos salariais entre os gêneros, fato real em todo o mercado de trabalho. Como tudo em nossa vida, temos um longo e permanente embate pela frente. Se fazendo necessário um trabalho de valorização da profissão em caráter de urgência, pois muitas trabalhadoras estão deixando a carreira não só pelas baixas remunerações, mas também pela escassa valorização patronal e a exploração de mão de obra. #LuteComoUmaEnfermeira


 
 
 
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